quinta-feira, 19 de maio de 2011

Dois "forasteiros" conquistam espaço em terras caruaruenses


Na segunda matéria da série “Criatividade em alta”, o Jornal VANGUARDA mostra o que estão produzindo dois músicos que não são caruaruenses, mas que estão fazendo desta terra o lugar para a construção de suas carreiras. O arcoverdense Pablo Patriota e a carioca, radicada em Caruaru, Rogéria mostram-se dinâmicos, modernos e agregadores de referências na produção de suas músicas.


Um novato na vida profissional musical, mas um poeta com experiência de veterano. Assim, Pablo Patriota vem chegando ao mercado de Caruaru mostrando porque a música é uma de suas principais paixões na vida e quando algo é feito com esse sentimento, o resultado é dos melhores. Como bom sertanejo, natural de Arcoverde, a poesia matuta faz parte do seu DNA e se expressa bem claramente em seu som.

Defini-lo com um estilo musical seria uma afronta aos preceitos criativos da mente humana, afinal quem tem a habilidade de cantar coco,­ samba e rock com letras autorais nem precisa de rótulos. Para conferir isso é só ouvir o disco “Desarrumado”, o primeiro de sua carreira.
 
Nele, Pablo divide a autoria das 14 canções com o seu amigo e parceiro musical PC, num disco com produção do experiente Éder Santos que por sua vez assina os arranjos. São 14 músicas inéditas que vão de sambas a cocos estilizados. As letras trazem consigo a visão de dois matutos, orgulhosos de sua origem sertaneja, sobre a vida, seus conflitos e suas verdades. “Desarrumado” (2010) traz consigo o cheiro e a cor da sua terra. Nas músicas, vestígios das influências que vão de Jessier Quirino a Chico Buarque, Luiz Gonzaga a Raul Seixas, de Vital Farias, de Xangai a Belchior.

“Eu não sei o estilo que faço e não tenho essa preocupação de dizer que sou regional, romântico ou MPB. Gosto desta história de não ter rótulo, pois tenho a liberdade de criar, de unir referências diferentes”, diz o jovem músico com atitude de quem sabe exatamente o quer.

Como 2011 é o ano de divulgação do cd, Patriota está com agenda voltada para os ensaios com a banda que o acompanhará nos shows. O projeto compõe-se com muito xote, baião e coco, com músicas autorais e de músicos consagrados. Ele tem convites para apresentações no sertão e agreste do Estado durante o mês de junho.

Enquanto isso, Rogéria traz o pop, a MPB e muito de misturas de tradicional e moderno ao se apresentar com uma banda de pífanos. A voz dela já é bem conhecida dos caruaruenses. Algumas palavras revelam um pouco da sua personalidade musical: talento e originalidade.

A história dessa cantora já tem um bom tempo de estrada. Após a saída da banda Anacruzi, em 1990, Rogéria lançou-se na carreira solo e descobria ali um processo de amadurecimento do seu repertório. Pra carreira promissora ela só precisou de algumas apresentações, revelando-se uma intérprete extremamente versátil, com a impressão de estilo e personalidade das canções do vasto repertório brasileiro. Ela inseriu novos ritmos e vertentes musicais em shows cheios de performances.

Amante da boa música, do Samba à Bossa Nova, do Regional ao Rock, ela consegue transitar por todos os ritmos sem perder o tom. Rogéria não se encaixa num único gênero, passeia pelos mais diversos ritmos com tanta naturalidade que é atração certa na noite caruaruense, nos melhores restaurantes e bares. Ela Soma em seu currículo shows de abertura de nomes consagrados nacionalmente, entre eles Roberto Frejat, Pouca Vogal, Adriana Calcanhoto, Zélia Ducan e Edson Cordeiro.

Suas diversas influências musicais refletem-se na constante renovação do seu repertório e sua voz, que traduz delicadeza e personalidade, transforma a cantora em uma das grandes promessas da nova música brasileira, atraindo cada vez mais pessoas encantadas com seu trabalho.

De novidades, ela prepara a gravação do primeiro disco. “Estamos no estúdio preparando o CD Futuro em cores, que a produção do amigo e excelente músico Valdir Santos. Há muita dedicação e estudo nesse projeto, com canções, modernas e diferentes”, disse a experiente cantora com a preocupação de não parecer-se vaidosa por demais pela definição sobre si mesma.

Ultimamente, seu trabalho com a banda de pífano Zé do Estado, que contrasta o regional com o som das guitarras elétricas, vem ganhando cada vez mais espaço e surpreendendo os que curtem a mistura desses estilos. Enquanto o disco está no forno sendo preparado, dá pra curtir esta cantora performática em suas apresentações na noite de Caruaru. 

Texto – Diana Bezerra
Foto de Pablo – Divulgação
Foto de Rogéria – Cyntia Santana

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